Orgulhosamente entrou no ar hoje, hojezinho mesmo, a Central do Textão. Então fazemos parte e eu e um montão de blogs ótimos e queridos – tantos, mas tantos das antigas, dos bons tempos da blogagem – e a real é que estamos todo juntos sendo o blog dos blogs, e por causa disso voltei a escrever. Coisa que nunca deveria ter parado.
A ideia foi da tinalopes, que conheci uns bons anos atrás na terra da blogalia e reuniu o bonde todo, e lindamente preparado pela Ju. Um belo dia recebi um convite para participar da comunidade no feice lá pra abril e vejam só, maio chegou, chegamos todos.
O que me moveu nessa coisa toda foi quase chorar de emoçã ao ver nessa lista aqui que mais da metade é leitura minha de anos a fio, gente que ficou no coração, gente que eu não lembrava mais o link, gente que li, li, li até cansar a vista em diferentes momentos da vida (pessoinha aqui escreve em blog desde os 16,
17 anos, se desfiar o index vai longe). E tem também o fato de eu ser mesmo uma ridícula que para de escrever porque precisa se auto-punir com os monstros debaixo da cama.
Mas como diz mamãe, o importante é o que importa. Vamos todos levantar nossas taças.
ps: o layout aqui do Comecei tá bagunçado AINDA, mas é já que a manutenção chega.
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Você sabe que nossa sociedade está a caminho da ruína quando vai a uma exposição de arte e precisa “sair da frente” de uma obra ou esperar pra ver ou ser interrompido a cada dois segundos porque o outro PRECISA tirar foto do quadro, com o quadro, na frente do quadro, do lado do quadro, fazendo hang loose e vezinho da vitória na frente do quadro, selfie com o quadro. A gente não pode mesmo se assustar quando vê essas notícias de gente que morreu tirando selfie no abismo, mais do que nunca, cada um é o centro do próprio universo. Que coisa triste.
“Porque a estética consumatória que domina nossa cultura não tem mais nada a ver com o estetismo culto clássico que visava à elevação da alma e se consumava na contemplação e veneração silenciosa das obras. O consumidor hipermoderno é hedonista, descontraído (…) menos amante de arte que zapeador bulímico de imagens. (…) A arte (…) tornando-se um tipo de consumo frívolo, um simples acessório divertido da vida. Não que a arte tenha deixado de apaixonar o público — muito pelo contrário, jamais tantas belezas artísticas foram apreciadas por tantos indivíduos —, mas ela só o toca de maneira epidérmica, como um objeto de consumo ou um espetáculo de animação do cotidiano.” (Lipovetsky & Serroy)