Vivi até esta manhã de domingo pra ver meia dúzia de iluminados no Twitter classificar o Francis Fukuyama de comunista.
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Pensamento (processo mental) e argumentação (organização discursiva). Duas coisas que todo mundo se entende capaz – de pensar e de argumentar. Mas não, minha gente, o exercício do pensamento se aprende. A argumentação também, e é como uma arte.
Na história do pensamento (e me corrijam os professores de filosofia) a batalha fundamental é a do conhecimento (episteme) sobre a doxa (opinião, crença popular, sofisma). Assim, dizer “Francis Fukuyama = comunista” não resistiria a um exercício BÁSICO de argumentação. A uma conversa besta de boteco, se preferirem.
Mas o ano é 2017 e a idiotice se alimenta como nunca de ‘certezas’ como esta.
Pois é. O pensamento crítico se aprende, e minha impressão é de que, como sociedade, jamais aprendemos. É exigir demais de um sistema educacional falido na origem, que quando não é morto pela falta de recursos, faz morrer a centelha do pensamento crítico na burrice da repetição, da decoreba, do não questionamento.
A ignorância é uma coisa triste mas surpreendente, eu continuo preocupada, mas tô rindo.. mas tô preocupada, eu tô num looping infinito de riso, tristeza e preocupação. Se eu fosse Sócrates, tava mandando a quinta caipirinha de cicuta com limão. E se servisse de base pra mojito, mandava é três.
o meu eu quero com double veneno, moço
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Vai lá na biblioteca
Livros para entender Francis Fukuyama ao gosto do freguês
O mundo de Sofia – Jostein Gaarder, 1991 – para entender o básico indispensável da Filosofia (de um jeito apaixonante, alinhás.)